quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Exposição: Os tempos da Metáfora (Après Coup - Porto Alegre)!!!

Après Coup: inaugura a exposição com artistas do coletivo "Arte Livre"
Os Tempos da Metáfora


Exposição, que começa no dia 14 de julho, reúne cerca de 17 trabalhos entre pinturas e fotografias


Por Anelore Schumann  de Porto Alegre/RS


A Escola de Poesia promoverá neste mês de julho a exposição com obras de artistas do Coletivo Arte Livre. O Coletivo foi criado a partir da circulação do Jornal de Artes por diversos espaços da cidade, inclusive alguns ateliês, bem como do diálogo entre o seu editor, Clauveci Muruci, com pintores, fotógrafos e outros artistas de diferentes ofícios e linguagens. De uma maneira e de outra, foi tecendo um fio vermelho que vincula artistas, falas e desejos num projeto de exposições itinerantes, cuja a primeira expressão se realizou no Restaurante Espontâneo em fevereiro do presente ano.


As obras do Coletivo de Artes são singulares, dizem algo em particular para cada um de nós, para quem quiser fruir, se deixa tocar, se deixar levar para um outro tempo.  Tocou-me cada uma das pinturas, fotografias, colagens e gravuras; cada uma, de modo distinto, levou-me a escrever poesia.

A obra de Vinicius Vieira (inspirado em burkhart), um poema recortado – de um fundo negro se sobressaem letras vazadas como se alguém me perguntasse: por que me fugiste, lua desnuda?

 A pintura de Raquel Trein(“Deserto”), paisagem surreal de figuras insólitas, zepelling que se passeia vagarosamente. 

Um outro cosmos onde bailam sombras singelas na tela (“Eu interior”) de Rejane Trein.

Já numa pintura de Gustavo Burkhart (“Evolução L.O.L”), o futuro é misturado ao ancestral – num capacete de astronauta ainda mora o totem.

Tal mistura de tempos e de lugares me fez pensar que as artes visuais têm o dom de nos conduzir a mundos simultâneos, de diversidade espaço-temporal.

Ao contemplar a obra de arte, ingressamos em tempo incomum, tempo no qual o inusitado se revela, nos surpreende, nos emociona. Alegramo-nos quando nos damos conta de que somos capazes de descobrir nova dobra em nós mesmos, que jamais suspeitávamos.

A pintura de Emanuela Quadros (sem título), remete ao mistério do feminino, o sorriso da Gioconda atravessa os séculos.

Artistas ou espectadores desses mundos criados pela arte somos multifacetados permeáveis ao dentro/fora, ativa e continuamente nos transformamos no ato de criação e de fruição.

 Como nos diz Murilo Mendes no Poema Dialético: “Todas as coisas ainda se encontram em esboço Tudo vive em transformação.”

Quando nos deixamos levar pelas obras, por essa vertigem, abrem-seos tempos da metáfora e o mistério se revela sem que deixe de ser mistério.

No poema Sobre a maneira de construir obras duradouras, Bertolt Brecht nos pergunta: quanto tempo duram as obras?

Tanto quanto ainda não estão completadas. Pois enquanto exigem trabalho não entram em decadência.

Assim, convidamos todos aqueles que têm sede de arte, nas suas mais diferentes manifestações, a fazerem parte da exposição. Os tempos da metáfora e a produzirem novos dizeres, quem sabe novos poemas. Participam dessa exposição: Ana Izabel Dutra Bretanha, Angélica Magrini Rigo, Cloveci Muruci, Dominik Picnic, Emanuele Bizzoto, Emanuele Quadros, Gustavo Burkhart, José Augusto Pereira, Manoel Santos, Og Wetzel Moreira Filho, Pedro Santos, Raquel Hirtz Trein, Rejane Hirtz Trein, Roberta Adostini, Rodrigo Tedesco, Ubirajara Sanches, Vinicius Vieira.





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